As ciências humanas, como direito, psicologia, teologia etc., são ciências muito distintas das ciências naturais. O método científico destas, por exemplo, baseado na observação e indução, não se aplica àquelas. Isso ocorre porque, ao que tudo indica, é impossível colocar itens como “justiça”, “alma” ou “Deus” em um tubo de ensaio; ou seja, o método científico não se aplica à descrição dos objetos exclusivos das ciências humanas. Ora, se isso não é possível, de que forma, então, as ciências humanas poderiam ser reconhecidas como “ciência”? A resposta a essa pergunta aponta para a busca atual pela autonomia das disciplinas humanísticas, como direito, psicologia, teologia, sociologia etc., bem como sua interação com disciplinas científicas — física, biologia, matemática etc. Trata-se, portanto, da busca das ciências humanas pela liberdade de falar em seu próprio nome, sem ter de recorrer à metodologia das ciências naturais. Para que falem em seu próprio nome, as ciências humanas precisam definir seu próprio método. E é sobre isso, o método próprio das ciências humanas, que este curso se debruçará